quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Amor em pedaços...

            Quatro horas da manhã e a insônia das palavras me consome, a lembrança do que foi me permeia e não consigo entender onde tudo foi parar. Esse não é mais um relato de casal que terminou o relacionamento de 6 anos mas com toda certeza poderia ser sim.
            Tento buscar o instante e o momento todos os dias em que tudo parou a ausência o ir e não ir, o optar em deixar para depois sem contar que esse depois custaria a falta dos dias. A ausência do amor, do carinho, das palavras, da barreira que se instalou e não há maçarico que possa descongelar. Às vezes tento buscar lembranças boas para suprir a saudade que sinto de passar as noites sonhando com um futuro bom, sonhando com planos, lembrando-se de fatos, não há Vinicius de Moraes, não há Camões que não me lembre das trocas de poesia.
            Não há Chico Buarque e muito menos Marcelo Camelo que não me faça lembrar as briguinhas internas quando dizíamos que ele é mais lindo e o outro é mais lindo ainda...
            Doces momentos que a poética do cotidiano e a poesia dos dias fez perder, até agora tento achar uma forma para retomar e não consigo, por falta de coragem, por medo ou simplesmente por arrependimento de não ter feito o que meu coração mandou e ter ido à transversal do tempo.
            Enquanto tudo ainda roda na lembrança e tenta-se um elo entre o que foi e cada esquina de Balneário, cada encontro nos corredores da faculdade, entre uma poesia e outra, entre uma risada e um olhar, procura-se acima de tudo o ombro amigo, a palavra de conforto, o apoio, ou melhor, dizendo a base de sustentação que fez tudo isso se esvair.
            E como diria o poetinha ...

“a VIDA NÃO É BRINCADEIRA, AMIGOa VIDA É ARTE DO ENCONTRO
eMBORA HAJA TANTO DESENCONTRO PELA VIDA...”

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Ego+ísmo

Tento colocar de uma forma as palavras, juntar frases desconexas que vem e vão, às vezes procuro a palavra certa pra tentar descrever o turbilhão dentro de mim apenas é uma fuga essa coisa de escrever.

Sinto-me egoísta em saber que tem gente por ai bem pior do que eu sofrendo por coisas muito mais importantes, me sinto egoísta depois que passei dias distante de tudo e quando volto esse turbilhão volta todo junto.

Já mudei os móveis, já mudei o lugares, já tentei mudar o olhar mas o mesmo ainda continua aqui vivo, juro que tentei ser rude e me afastar mas o coração, a razão me fazem novamente me prender a esse sentimento.

E o sentimento de que tudo foi tão bom que faz esse sentir egoísta tão presente, é um sentimento de que o afastamento foi necessário, de que o estar não estando é tão urgente que se torna gritante.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Um Luga Para Você...

Entre Idas e Vindas. Dentro do Ônibus em engarrafamento em Laguna.


Bem...
Depois de uma temporada estou eu aqui novamente.
Resolvi escrever sobre um livro que andei lendo e que por sinal me surpreendeu, estamos falando aqui de “Um Lugar na Janela” livro de Martha Medeiros. Sim ela conseguiu mais uma vez me surpreender e antes de começar a falar do livro queria até retornar a um papo que andei largando esses dias no facebook que tem uma ligação querendo ou não com o livro.

Retorno a falar do não lugar, o aeroporto e a rodoviária serem o não lugar, bem para quem ainda não está antenado no que é esse tal “não lugar” é o seguinte, Marc Augé um filósofo bem do queridinho resolveu denominar de "não-lugares" alguns ambientes como aeroportos, trens, ônibus, hotéis e parques de lazer, por serem espaços de passagem ou seja, esses lugares que não estabelecem com o sujeito níveis de relação identitária ou de afetividade. 

Para o pesquisador o não-lugar não gera memória nem referências para além dele mesmo, portanto, não cria laços ou relação com os sujeitos que o habitam. Porém eu faço aqui perguntas simples de como é possível não criar laços com parques? Como não criar laços com trens? Como não criar laços com rodoviárias?

Particularmente eu tenho laços e vínculos com todos esses ai, meus queridos, quem nunca se lembrou de um lindo domingo de sol e nunca fez a referência com o Ibirapuera (eu tenho com o Ibira, desculpa aê) com as pessoas correndo pelo parque, com pessoas passando o dia lá abraçados, quem nunca pensou em dias lindos de outono com aquele frio, aquele clarão do sol e um lindo jazz da Nina Simone I Wish I Knew How It Would Feel To Be Free tocando no seu fone de ouvindo enquanto você anda pela rua tropeçando em pessoas e com uma pilha de papéis e livros embaixo do braço, sim é possível sim você criar laços e referências e digo mais, não só você, pois se você reconhece esse lugar, se você se sente “vivo” como não é possível estabelecer uma relação e uma afetividade, como não estabelecer um lance com o metrô de SP, como não estabelecer uma afetividade com a rodoviária que tanto já te deixou feliz, bem como ao mesmo tempo já te partiu o coração...

É possível sim meus queridos criar laços, é tão possível que esse livro da Martha Medeiros é meio que uma “prova” disso tudo. Um lugar na Janela é o estar não estando, é o sonhar e o traçar rotas e trajetos para quem como eu, é apaixonada pelos escritos da Martha, vai sentir uma pequena diferença, para nós que estamos acostumados a ler e levar aquele soco na boca do estômago esse livro é um pouco mais relax.

Não é um guia turístico, porém ele dá uma vontade errrrrrrrrrrmeeeeeeeeeeeee de pegar uma mala, uma mochila e vender tudo o que se tem dentro de casa e partir por mundo, particularmente eu tenho uma paixão por viajar e também partilho alguns pensamentos da Martha, acredito que viajando a gente ve tudo de fora, a gente acaba tendo um encontro com nós mesmos é ali que você se (re) conhece, que você se até mesmo se revê e cria novos laços com sua própria pessoa.
Bem como falei anteriormente o livro de Martha não é um guia turístico e sim um livro de crônicas (bem a cara de Martha) com impressões de lugares, com relatos de lugares, comidas, bebidas, ruas, cidades, arquitetura .... Enfim é a vida de viajante, é a vida de quem se arrisca e eu acredito que se arriscar está ai, basta pegar a bicicleta e sair, basta pegar um ônibus e observar pela janela com olhos de quem vê o novo, mesmo passando por esse lugar todos os dias, é criar laços de amor e ódio com o caos do dia a dia.

Viajar é lembrar do gosto do café em Porto Alegre as 5h da manhã na rodoviária, viajar é sentir medo de entrar no avião pela primeira vez, viajar é conhecer aquele caminho nunca percorrido por você e saber que quando voltar lá a rota não vai ser mais a mesma e que mesmo assim vai bater aquela saudade de tudo como era antes.

Arisque-se vá conheça o que bate ai dentro de você, crie laços, crie gosto, crie cheiro, crie lances legais com sabe-se la quem afinal você está viajando e quem sabe essa não é a oportunidade de dar-se uma oportunidade.



terça-feira, 2 de outubro de 2012


Bem, às vezes parece que eu escrevo aqui só na mudança das estações, se assim for vamos lá.

   Depois de uma estação inteira fechada dentro de mim e dentro de um lugar onde não me reconheço, onde não sei qual a real direção sem querer acabando fazendo essa transição de estação onde eu mais me reconheço e onde eu mais me encontro dentro de mim mesma.
   Nessa minha ultima viagem a SP posso dizer que muita coisa ganhei e muita coisa deixei por lá, ganhei olhares que até agora não saíram da minha cabeça, ganhei sonhos, ganhei abraços, ganhei amizades, ganhei reencontros e acima de tudo ganhei em mim.
  Acredito que essa mudança de estação veio para deixar pra trás toda uma história e como diria Leoni naquela música “o que vai ficar na fotografia são os laços invisíveis que havia...”, esse foi o momento e a mudança que eu precisava deixar pra trás, algumas lembranças para deixar dentro do baú das lembranças que às vezes tropeçamos e deixamos tudo cair e garanto que o pior é recolher essas lembranças todas.
  Tive que as recolher no momento e no local em que tudo “terminou” e acredito que hoje a evolução foi fundamental, me vi uma pessoa mais madura muitoooo mais madura, claro que ainda não conseguindo ter um “amor” de verdade mais já conseguindo ter uma relação muito mais madura.
  As lembranças, os encontros e os desencontros fizeram de mim o que sou e se essa nova estação vier com o gás que eu estou agora depois de tantas mudanças, sim mudanças físicas. O cabelo voltou a ser vermelho, está sendo 14 kg a menos e tende a diminuir mais ainda, é um TCC que esta sendo construído, é um pensamento e uma profissão que está por vir, é uma postura ética e profissional que está sendo construída e acima de tudo esse não é o momento da vírgula e nem do ponto final agora é a hora de dar uma continuidade, foi um capítulo que acabou cada um realmente seguiu sua vida construiu o que mais queria um esperava família e união enquanto o outro a razão...

quarta-feira, 25 de abril de 2012




Quatro luzes estão a piscar lá longe, elas se alternam entre verde e vermelho, uma revoada de pássaros passa tão rapidamente que é difícil reconhece- los.
Já não é mais claro, já não é mais verão, já não é mais alegre. O vento é forte o mar é triste e as luzes já se acendem no primeiro suspiro de fim de tarde as pessoas já não são as mesmas, os rostos são os mesmos e poucos.

A multidão deu lugar ao vazio e ao outono ...

terça-feira, 27 de março de 2012

Turbilhão.

Chegou a primeira frente fria do ano e junto com ela chegou o outono, as folhas já começam a cair com a ventania lá fora, a noite já aparece mais cedo e as pessoas começam a se esconder.

Chegaram o quase inverno e o adeus ao verão para aqueles que como eu são apaixonados pelo movimento e pelo agito, chegou o tempo da depressão, da reclusão e das noitadas regadas a vinho afinal é necessário uma alegria em meio ao silêncio. Chegou à vez dos saltos enormessss e das calças, chegou à vez de encontrar com as pessoas em lugares mais íntimos e não tão cheios, chegou a hora e a vez do Blues e do Jazz.

O outono é uma espécie de preparação para os dias que ainda vão vir é uma lembrança de que está na hora de comprar meias, de comprar cobertores, de comprar xícaras sim eu adoro xícaras e tenho algumas, creio que uma pequena coleção afinal todos temos a necessidade do colecionismo dentro de cada um e claro para acompanhar comprar também aqueles chás exóticos. Para meus queridos que como eu não tem o prazer de ter um pelo par de pernas para esquentar os seus fica a dica.

Chegou a temporada dos sonhos para alguns, chegou a temporada de sair pela rua ouvindo “ Depois de Ter Você” com a Adriana Calcanhotto em dias nublados de sábado enquanto uma ventania te assola e as folhas vem todas em sua direção e você está indo a praia apenas para lembrar ou esquecer algo. Bem vindo à estação que os dias são claros enquanto se anda na rua e o sol lindooo brilha loucamente enquanto você passa por uma multidão de pessoas no centro da cidade ouvindo Madeleine Peyroux cantando Smile.

Bem vindo ao outono que venha com a beleza de suas manhãs e o maravilhoso por do sol ao fim de tarde, que venha com o sorriso de alguém especial, que venha com tudo que tem direito apenas não esqueça das cores.

Há um lugar para ser feliz

Além de abril em Paris

Outono, outono no Rio...

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Por que se permitir amar?


Antes de perguntar o que é o amor, venho perguntar o porquê nos permitimos sentir isso mesmo sabendo de tudo que vem juntamente com ele, as alegrias e as dores, as tristezas e as realizações, a solidão e a divisão. Enfim são tantas as coisas que me fazem pensar sobre o que é o amor e o porquê sempre entregamos ele a alguém.

Hoje assistindo uma novela das 18h me deparo com uma personagem fazendo as mesmas perguntas que me faço, o porquê temos que nos entregar para alguém? Nunca me permito amar e amar ninguém desde a ultima vez que tudo aconteceu como um furacão.

Porque temos que nos entregar a uma pessoa que não sabemos se vai estar no nosso lado daqui a 10 min, sei que é egoísmo meu e para alguns isso pode ser claramente mais um clichê de uma gorda mal amada. Quantas pessoas nesse exato momento não estão se fazendo a mesma pergunta, quantas pessoas não estão perdendo seu amor não somente para uma briga daquelas que todo casal passa, mas me pergunto quantas pessoas não está perdendo o seu amor para um acidente de trânsito, para uma doença. E ai pergunta-me como é possível ser forte e recomeçar, não perdi meu amor para nada disso, admito que seja egoísta em dizer que perdi meu amor para outra pessoa e isso me custou ou ganhei muitas coisas que hoje não sei administrar.

Isso me rendeu quilos a mais, me rendeu um coração que não se permite nada, me pergunto como ficam essas pessoas que perdem alguém. Mas aqui não estou me referindo a aqueles que são super ultras pra frentex que encontram pessoas e se permitem com uma facilidade ímpar. E sim estou aqui pra perguntar e pensar por aqueles que como eu são tão difíceis de se permitir, são um tanto quanto inconsequentes e rebeldes e claro como aquela personagem da novela que não se permitia, que não se abria e quando finalmente se deixou levar perdeu o que mais importava na vida.

Afinal o que é o amor? E o que ele faz com a gente? E no que ele torna a gente?