terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Alguma coisa acontece no meu coração...


Bem meus queridos hoje é um dia super, pois em um único dia temos duas grandes comemorações o aniversário de São Paulo e também do magnífico Tom Jobim.

São Paulo completa hoje 457anos e resolvi postar aqui um texto de Washington Olivetto, paulista, paulistano e publicitário. Como o texto é um hino de amor à cidade de São Paulo, achei que o blog não poderia prescindir dele.



"Alguns dos meus queridos amigos cariocas têm a mania de achar São Paulo parecida com Nova York. Discordo deles. Só acha São Paulo parecida com Nova York quem não conhece bem a cidade. Ou melhor, quem a conhece superficialmente e imagina que São Paulo seja apenas uma imensa Rua Oscar Freire.

Na verdade, o grande fascínio de São Paulo é parecer-se com muitas cidades ao mesmo tempo e, por isso mesmo, não se parecer com nenhuma.

São Paulo, entre muitas outras parecenças, se parece com Paris no Largo do Arouche, Salvador na Estação do Brás, Tóquio na Liberdade, Roma ao lado do Teatro Municipal, Munique em Santo Amaro, Lisboa no Pari, com o Soho londrino na Vila Madalena e com a pernambucana Olinda na Freguesia do Ó.

São Paulo é um somatório de qualidades e defeitos, alegrias e tristezas, festejos e tragédias. Tem hotéis de luxo, como o Fasano, o Emiliano e o L´Hotel, mas também tem gente dormindo embaixo das pontes. Tem o deslumbrante pôr-do-sol do Alto de Pinheiros e a exuberante vegetação da Cantareira, mas também tem o ar mais poluído do país. Promove shows dos Rolling Stones e do U2, mas também promove acidentes como o da cratera do metrô e do avião da TAM em Congonhas.

São Paulo é sempre surpreendente. Um grupo de meia dúzia de paulistanos significa um italiano, um japonês, um baiano, um chinês, um curitibano e um alemão.

São Paulo é realmente curiosa. Por exemplo: tem diversos grandes times de futebol, sendo que um deles leva o nome da própria cidade e recebeu o apelido "o mais querido", mas, na verdade, o maior e o mais querido é o Corinthians, que tem nome inglês, fica perto da Portuguesa e foi fundado por italianos, igualzinho ao seu inimigo de estimação, o Palmeiras.

São Paulo nasceu dos santos padres jesuítas, em 1554, mas chegou a 2007 tendo como celebridade o permissivo Oscar Maroni, do afamado Bahamas.

São Paulo já foi chamada de "o túmulo do samba" por Vinicius de Morais, coisa que Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini e Germano Mathias provaram não ser verdade, e, apesar da deselegância discreta de suas meninas, corretamente constatada por Caetano Veloso, produziu chiques, como Dener Pamplona de Abreu e Gloria Kalil.

São Paulo faz pizzas melhores que as de Nápoles, sushis melhores que os de Tóquio, lagareiras melhores que as de Lisboa e pastéis de feira melhores que os de Paris, até porque em Paris não existem pastéis, muito menos os de feira.

Em alguns momentos, São Paulo se acha o máximo, em outros um horror. Nenhum lugar do planeta é tão maniqueísta.

São Paulo teve o bom senso de imitar os botequins cariocas e agora são os cariocas que andam imitando as suas imitações paulistanas. São Paulo teve o mau senso de ser a primeira cidade brasileira a importar o CowParade, uma colonizada e pavorosa manifestação de sub-arte urbana, e agora o Rio faz o mesmo. São Paulo se poluiu visualmente com a CowParade, mas se despoluiu com o Projeto Cidade Limpa. Agora tem de começar urgentemente a despoluir o Tietê para valer, coisa que os ingleses já provaram ser perfeitamente possível com o Tâmisa.

Mesmo despoluindo o Tietê, mantendo a cidade limpa, purificando o ar, organizando o mobiliário urbano, regulamentando os projetos arquitetônicos, diminuindo as invasões sonoras e melhorando o tráfego, São Paulo jamais será uma cidade belíssima. Porque a beleza de São Paulo não é fruto da mamãe natureza, é fruto do trabalho do homem. Reside, principalmente, nas inúmeras oportunidades que a cidade oferece, no clima de excitação permanente, na mescla de raças e classes sociais.

São Paulo é a cidade em que a democratização da beleza, fenômeno gerado pela miscigenação, melhor se manifesta.

São Paulo é uma cidade em que o corpo e as mãos do homem trabalharam direitinho, coisa que se reconhece observando as meninas que circulam pelas ruas.

E se confirma analisando obras como a do Pátio do Colégio (local de fundação da cidade), a Estação da Luz (onde hoje fica o Museu da Língua Portuguesa), o Mosteiro de São Bento, a Oca, no Parque do Ibirapuera, o Terraço Itália, a Avenida Paulista, o SESC Pompéia, o palacete Vila Penteado, o MASP. O Memorial da América Latina, a Santa Casa de Misericórdia, a Pinacoteca e mais uma infinidade de lugares desta cidade que não pode parar, até porque tem mais carros do que estacionamentos.

São Paulo não é geograficamente linda, não tem mares azuis, areias brancas nem montanhas recortadas. Nossa surfista mais famosa é a Bruna, e nossos alpinistas, na maioria, são sociais.

Mas, mesmo se levarmos o julgamento para o quesito das belezas naturais, São Paulo se dá mundialmente bem por uma razão tecnicamente comprovada. Entre as maiores cidades do mundo, como Tóquio, Nova York e Cidade do México, em matéria de proximidade da beleza, São Paulo é, disparado, a melhor. Porque é a única que fica a apenas 45 minutos de vôo do Rio de Janeiro, e o mais importante é que, com essa distância, nenhuma bala perdida pode alcançar São Paulo!"

Washington Olivetto

http://www.youtube.com/watch?v=uSJ0FCmlgRY


E aqui fica também a minha homenagem a esse gênio da Música Popular Brasileira, um dos criadores da Bossa Nova foi um músico impecável, um boêmio a deixar inveja para qualquer um e acima de tudo o homem que levou o nome do Brasil para todos os lugares.

E hoje se falar em MPB nos EUA ou na Europa o primeiro nome que vem na boca do povo é Tom Jobim e a famosa Garota de Ipanema, que já foi gravada e regravada inúmeras vezes por muita gente boa dentre elas Diana Krall,Elis Regina e acreditem se quiser até Cher...



domingo, 23 de janeiro de 2011

Os Dentes Brancos do Mundo


Olá pessoal desculpem ausência, mas sabe como é final de semestre, relatório de estágio pra entrar e mais coisas e coisas lá no museu mas enfim vamos ao que interessa.

A dica maravilhosa pro começo da semana é um documentário chamado “Uma Noite em 67” dos diretores Renato Terra e Ricardo Calil retrata uma das noites do Festival da Canção daquele mesmo ano, festival esse em que artistas como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque foram pra cima do palco não só para defender suas músicas mais sim ideologias.

O documentário traz entrevistas com os artistas e também com jurados e pessoas que fizeram aquele festival acontecer, sou super suspeita em falar sobre esse período afinal foi ali que se diga de passagem que se consolidou o que conhecemos por movimento Tropicalista.

Bom esse foi um rapidíssimo comentário sobre o documentário e digo mais vale muito a pena ver mesmo, pra que curte música brasileira da década de 60/70 fica a dica vale muitoooo a pena.
Segue o trailer: http://www.youtube.com/watch?v=ijH977Ef5tM
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Outra dica é a Ilusion Music House em Balneário Camboriú, esse final de semana fui acompanhar um amigo e adorei o local, para quem curte balada GLS fica a dica.A música ficou por conta da DJ residente Amanda Caldas que abalou as estruturas foi “oteeeemaaaaa” e do DJ gaúcho “lindo” Mauricio Bungi,dá para dançar muito e se divertir mais ainda, os espaços são amplos com área para fumante e a decoração de algumas paredes são plotadas umas Op Art a iluminação e som de alta tecnologia simplesmente um local agradável.

Aqui tem mais fotos da casa: http://www.illusion.art.br//?page=fotos
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E por fim a minha dica é para os amigos de Floripa dia 31 de janeiro vai rolar dentro da programação do Floripa Tem o show da maravilhosa Zélia Duncan, eu já fui a um e, diga-se de passagem, estou superrrr tentada de ir nesse.

Foi realmente um dos melhores shows que eu já fui é o da Zélia Duncan, ela nesse show irá apresentar creio que músicas do novo cd Pelo Sabor do Gesto que conta com a participação de Fernanda Takai e Chico César, um cd com um sabor especial têm músicas para todos os gostos e ocasiões desde dia de chuva até para ...

Onde: Embaixada Praia Brava (Parador Brava Club)
Como chegar: Descendo o morro da Brava à direita, primeira à esquerda)
Quando: 30/1: Zélia Duncan


" Eu vou banhando só de luz negra

Vendo os dentes brancos do mundo
Ei, sigo madrugada dançando
Vendo a vida em luzes piscando

Meu amor, se eu tiver que me perder
Seja com você, ou pensando em você

Compre seu sonho e vida sorrindo
Veja os dentes brancos do mundo
Ei, eu me aposentei dessa vida
E dirijo empresa de sonhos
Meu amor, seu tiver que me perder
Há de ser alguém parecido com você"


O nome da música? Volto ao título da postagem...

Linda semana a todos.




sábado, 8 de janeiro de 2011

FORA DE MIM


O post de hoje seria outro, mas não me contive, ao terminar de ler em exatamente menos de uma semana o livro de Martha Medeiros – Fora de mim farei algumas ponderações sobre ele e espero que gostem.

Posso dizer que a Martha conseguiu em 131 páginas o que toda mulher sofre e nunca consegue colocar pra fora e sofre ahhh e como sofre. Vi-me em alguns trechos desse livro, que narrado em primeira pessoa consiste no desabafo de uma mulher para um homem. Os personagens são apenas eu, você e eles, sem nomes, sem história linear...

Esse “eu” feminino é tão corajoso ao ponto de ser voyeur de ter a impressão de estar lendo um diário, um diário que poderia ser meu,seu, de qualquer mulher a beira de uma crise nervosa após o termino de uma relação.Talvez relação essa que tenha sido muito mais dolorida do que o fim do seu casamento como a própria conta.

O livro é dividido em 3 partes em que a primeira conta o fim do casamento, do relacionamento o adeus, a 2 parte já retrata o inicio do envolvimento do casal ali então recém separado e por fim Martha nessa parte vai discorrendo e fazendo que nos sintamos dentro e claro sentindo e fazendo parte da história,já no 3 e ultimo capítulo ela trata a amizade que ela fez com a mulher desse grande amor que chegou ao fim e como ela se curou dessa cicatriz que sempre fica em qualquer relacionamento e conta também de outros que ela tentou começar.

Quando digo que me vejo nesse livro é que realmente me vejo não que tenha sido exatamente aquilo ali que vivi, claro que foi bem diferente foi com uma pessoa bem diferente daquela ali que ela discorre, mas foi também um louco e grande amor que tentei também ter idas e vindas, mas não deu, doeu muito e como diz a própria Martha Medeiros à gente acaba vendo de fora das paredes e hoje eu posso dizer que consegui também ver as coisas de fora, percebo que a culpa não foi só minha de ter me deixado levar por alguém, mas também dessa pessoa que não soube como agir em determinadas situações e não soube optar entre eu e mais alguém e quando isso aconteceu quem sobrou foi esse “ eu”.



" ficou o vazio devorador de uma solidão impossivel de ser contada...pág 46"


"Eu sei por que disse que te amava depois daquela transa, com tão pouco tempo de convívio:porque eu estava me amando pela primeira vez na vida...pág 67"


"É uma dor que se externa.Uma dor que se chora,que se berra,que se reclama.Uma dor que tentamos compreender em voz alta, uma dor que levamos par aos consultórios dos analistas,uma dor que carregamos para mesas de bar, e que vem junto também para a solidão de nossa cama,para o escuro do quart, onde permitimos que ela transborde sem domínio...pág86"


"Aqueles cinco minutos de conversa e apresentações me fizeram descobrir que eu tinha um insuspeitado talento cênico.Eu merecia um prêmio pela bofetada que fingia não estar levando...pág 92"


Bom pessoal esses foram alguns micro fragmentos do livro em especial esses dois em vermelho foram realmente a parte em que eu disse que me sentia ali no livro, claro que tiveram mais trechos mas esses dois em especial eu vivi hehe, o que posso dizer é que vale muito a pena ler esse livro. Eu recomendo.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Crônica - Diário Catarinense‏




O atual governo do Estado inicia exatamente como terminou o anterior: sem um presidente na Fundação Catarinense de Cultura.

Escrevo esta crônica na noite de 3 de janeiro. Até o final da tarde não havia na FCC qualquer informação sobre comando da casa: nem presidente, nem diretores, nem gerentes, chefia nenhuma, tudo absurdamente olhado como cargos de confiança a serem preenchidos por afilhados políticos de acordo com questionáveis cotas partidárias: nada de profissionalismo, nada de valorização do pessoal de carreira, nada de continuidade administrativa e de projetos. Tudo parado no Centro Integrado de Cultura, complexo cultural que é forçado a ceder quase metade do seu espaço para abrigar a Fundação.

A data em que este texto é escrito mostra duas coisas: passados já três dias de governo, não há sequer nome escolhido para conduzir as atividades culturais em Santa Catarina - um dos poucos estados da Federação que, de modo também absurdo, não conta com uma Secretaria da Cultura. Como se o Estado não precisasse disso, como se não houvesse necessidades urgentes na área.


A segunda coisa: nesta data, completam-se três meses que o governador foi eleito em primeiro turno. Como não teve tempo, disposição ou vontade de definir o comando da FCC, certamente há de fazê-lo agora de improviso, às pressas, porque o tempo urge - e a possibilidade de fazer uma má escolha só aumenta com o tempo.

O governador anterior, um vice que assumiu porque o governador eleito que tanto quis acabar com a Biblioteca estadual saiu para ser senador, exonerou o presidente da Fundação no dia 16 de dezembro e ninguém fala por que Antonio Ubiratan de Alencastro, do mesmo PSDB do vice efetivado, foi assim subitamente descartado. Sempre ressalvando que mais tarde contarão direito a história, as pessoas dizem que "o Bira vacilou e foi exonerado" ou "queriam que o Bira fizesse coisas com as quais ele não concordou".

Só há dois motivos para exonerar alguém do segundo escalão a 15 dias do fim do mandato: ou porque fez algo muito feio e errado ou porque recusou-se a fazer algo muito feio e errado. Pelo pouco que conheço do Bira, ele é o tipo do católico ativo, convicto dos Dez Mandamentos e incapaz de meter-se em aventuras condenáveis, feias e erradas.

Assim se dá a continuidade no governo do Estado: sob o signo do descaso. A Biblioteca Pública que se cuide.



[Amilcar Neves]


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E a propósito a obra (interminável) do CIC será que acaba nesse governo?

domingo, 2 de janeiro de 2011

Memórias Reveladas...






"Prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras"



Dilma Rousseff a nova presidenta do nosso país sim conseguimos eleger e colocar uma mulher no mais alto escalão da política, muitas mulheres que hoje são exemplos de luta e bravura se estivessem vivas iriam ao delírio.

Muitas Pagus que andam pelas ruas de São Paulo buscando com seus ideais um espaço dentre muitos homens, há também aquelas Marias da Penha que sufocadas por seus companheiros acabaram ficando com marcas irreversíveis não só pelo corpo mais na alma, há quem diga que inúmeras Zildas Arns andam pelo nordeste brasileiro trazendo um pouco de alento para as famílias necessitadas, ouve-se dizer que muitas Zuzus Angel Jones ainda choram por seus filhos desaparecidos num período de escuridão e não puderam ter nem sequer um lugar digno para o descanso.

Não vou escrever sobre nada sobre o movimento feminista e a importância de se ter uma presidente mulher, isso eu deixo pra quem estuda gênero, estou aqui pra dizer o quanto eu estava emocionada em ver ali não só uma mulher na presidência mais uma militante política dos anos 60/70 que conseguiu sobreviver e estava ali fazendo com que o exército que tanto a perseguiu, humilhou,torturou teve que se abaixar pra aquela que tanto eles procuravam e não conseguiram dar fim.

A vitória de uma mulher que conseguiu chegar na hora de seu discurso e lembrar-se de todos aqueles que não estavam mais ali, de todos os companheiros de luta que ainda hoje não se sabe onde está à mulher essa que esperamos tanto e ao mesmo tempo devotamos nossa confiança não tem só a responsabilidade de guiar as decisões mais importantes dos que hoje á colocaram no poder mais sim de fazer jus aqueles que ela relembrou que tanto quanto ela lutou pra que a democracia fosse à vencedora.