sábado, 8 de janeiro de 2011

FORA DE MIM


O post de hoje seria outro, mas não me contive, ao terminar de ler em exatamente menos de uma semana o livro de Martha Medeiros – Fora de mim farei algumas ponderações sobre ele e espero que gostem.

Posso dizer que a Martha conseguiu em 131 páginas o que toda mulher sofre e nunca consegue colocar pra fora e sofre ahhh e como sofre. Vi-me em alguns trechos desse livro, que narrado em primeira pessoa consiste no desabafo de uma mulher para um homem. Os personagens são apenas eu, você e eles, sem nomes, sem história linear...

Esse “eu” feminino é tão corajoso ao ponto de ser voyeur de ter a impressão de estar lendo um diário, um diário que poderia ser meu,seu, de qualquer mulher a beira de uma crise nervosa após o termino de uma relação.Talvez relação essa que tenha sido muito mais dolorida do que o fim do seu casamento como a própria conta.

O livro é dividido em 3 partes em que a primeira conta o fim do casamento, do relacionamento o adeus, a 2 parte já retrata o inicio do envolvimento do casal ali então recém separado e por fim Martha nessa parte vai discorrendo e fazendo que nos sintamos dentro e claro sentindo e fazendo parte da história,já no 3 e ultimo capítulo ela trata a amizade que ela fez com a mulher desse grande amor que chegou ao fim e como ela se curou dessa cicatriz que sempre fica em qualquer relacionamento e conta também de outros que ela tentou começar.

Quando digo que me vejo nesse livro é que realmente me vejo não que tenha sido exatamente aquilo ali que vivi, claro que foi bem diferente foi com uma pessoa bem diferente daquela ali que ela discorre, mas foi também um louco e grande amor que tentei também ter idas e vindas, mas não deu, doeu muito e como diz a própria Martha Medeiros à gente acaba vendo de fora das paredes e hoje eu posso dizer que consegui também ver as coisas de fora, percebo que a culpa não foi só minha de ter me deixado levar por alguém, mas também dessa pessoa que não soube como agir em determinadas situações e não soube optar entre eu e mais alguém e quando isso aconteceu quem sobrou foi esse “ eu”.



" ficou o vazio devorador de uma solidão impossivel de ser contada...pág 46"


"Eu sei por que disse que te amava depois daquela transa, com tão pouco tempo de convívio:porque eu estava me amando pela primeira vez na vida...pág 67"


"É uma dor que se externa.Uma dor que se chora,que se berra,que se reclama.Uma dor que tentamos compreender em voz alta, uma dor que levamos par aos consultórios dos analistas,uma dor que carregamos para mesas de bar, e que vem junto também para a solidão de nossa cama,para o escuro do quart, onde permitimos que ela transborde sem domínio...pág86"


"Aqueles cinco minutos de conversa e apresentações me fizeram descobrir que eu tinha um insuspeitado talento cênico.Eu merecia um prêmio pela bofetada que fingia não estar levando...pág 92"


Bom pessoal esses foram alguns micro fragmentos do livro em especial esses dois em vermelho foram realmente a parte em que eu disse que me sentia ali no livro, claro que tiveram mais trechos mas esses dois em especial eu vivi hehe, o que posso dizer é que vale muito a pena ler esse livro. Eu recomendo.

2 comentários:

Zelia disse...

Angela,
Eu gosto muito de Martha Medeiros.
Não é difícil a gente se encontrar nas coisas que ela escreve....ela escreve sobre a alma feminina e as nossas questões são sempre bem parecidas.(Divã, Doidas e santas entre outros.)
Ainda não li o citado por vc, mas certamente será um dos próximos a ocupar minha mesa de cabeceira.
Beijos querida!

Hannah Beineke disse...

Fiquei com vontade de devorar agora mesmo. xD
É um tanto assustador olhar para nós e nossa história. Fica menos doído quando lemos o que outro escreveu. Não deixamos de nos sentirmos fracos e machucados, mas sabemos que não estamos tão sós.

Beijos